MPE pede que Justiça apure possíveis irregularidades na prestação de contas de cinco candidatos a vereador em Uberlândia

  • 20/12/2024
(Foto: Reprodução)
Entre os questionamentos do promotor Eleitoral Daniel Marotta estão a suspeita de utilização de empresas "laranjas" e doadores de campanha inscritos como desempregados no Caged. Imagem aérea de Uberlândia Imaginare Hub O Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) para apurar possíveis irregularidades na prestação de contas de cinco candidatos a vereador nas Eleições 2024, em Uberlândia. 🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região Entre os questionamentos do promotor Eleitoral Daniel Marotta estão a suspeita de utilização de empresas "laranjas" e doadores de campanha inscritos como desempregados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o que, segundo o MPE, pode indicar ocultação de verdadeiros emissários dos valores. Dos cinco citados nas ações, apenas Thais Andrade (União) tentava a reeleição. Confira todos os nomes, por ordem alfabética: Alexandra Sardella (PP) – 514 votos Braulio Marcos (Avante) – 1661 votos José Gerônimo Sobrinho, Zé Folhinha (Mobiliza) – 653 votos Thais Andrade (União) – 2907 votos Stefane Laira (PL) – 491 votos O g1 fez contato com os investigados e até o momento somente a candidata Alexandra Sardella (PP) não se manifestou. Veja abaixo os posicionamentos. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Uberlândia teve 539 candidatos a vereador registrados para disputar a eleição de 2024. Desses, 27 vão ocupar uma cadeira no Legislativo em 2025: 16 foram reeleitos e 11 não tinham cargos de vereadores. O que diz as ações Conforme os documentos, assinados em 16 de dezembro de 2024 e submetidos à Justiça Eleitoral, “as possíveis irregularidades foram obtidas por meio do cruzamento entre os dados de despesas e receitas disponibilizadas no sistema DivulgaCandContas e de sistemas de órgãos e/ou instituições públicas que detêm informações dos doadores e/ou fornecedores de serviços de campanha eleitoral”. O promotor Marotta pede à Justiça que os citados apresentem as referidas defesas em cinco dias, após serem notificados. Também é solicitado que os demais envolvidos nas supostas irregularidades sejam notificados para esclarecimentos. Se as ações forem julgadas procedentes, a pena prevista é “inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos oito anos subsequentes à eleição em que se verificaram os abusos”. Apontamentos feitos para cada candidato Alexandra Sardella (PP) Gastos de R$ 25.188,00 com contratados para trabalhar com cargas horárias e períodos semelhantes e receberam valores distintos Desse montante, 22% foram pagos ao filho; A investigada deve prestar esclarecimentos da diferença de valores gastos com o pessoal de militância e a discrepância da remuneração de seu filho Braulio Marcos (Avante) recebeu duas doações financeiras de R$ 4.000 e R$ 3.400 de pessoas físicas diferentes que constam como desempregadas no site do CAGED; Isso indica suspeita de ambos não tenham feito a doação e o seu nome/CPF teria sido utilizado para esconder o verdadeiro doador. Em nota, o advogado do candidato Braulino Marcos, Matheus Carvalho, informou: "Primeiramente, gostaríamos de esclarecer que estamos plenamente comprometidos com a transparência e o respeito à legislação eleitoral. A campanha do Braulio Marcos foi honesta, transparente e totalmente dentro da legalidade, sempre seguindo os princípios legais e os procedimentos estabelecidos pela Justiça Eleitoral. Trata-se apenas de perseguição política e, da mesma forma que o Candidato comprovou a legalidade dos Wind Banners, restará ao fim da Ação de Investigação Judicial Eleitoral comprovado a legalidade das doações. Para o pleito eleitoral o Sr. Braulio Marcos recusou a utilização do fundo partidário, aceitando apenas doações de seus familiares e amigos próximos, dentro dos liames da lei. Na mesma erige, reforçamos na legalidade de todas as ações do Braulio Marcos durante a campanha, e está à disposição para fornecer todas as informações necessárias para que a verdade prevaleça. Acreditamos que esse processo será conduzido com imparcialidade pelo Douto Juízo." José Gerônimo Sobrinho, Zé Folhinha (Mobiliza) realizou pagamentos no valor de R$ 2.130,00 para uma empresa, que é constituída sob a forma de Empresário Individual, tendo o sócio inscrito no Cad Único A ação indica que a empresa fornecedora de bens ou serviços contratada para a campanha da investigada é fictícia, “fantasma”, ou o sócio da empresa recebe de forma indevida benefício do Programa Bolsa Família. José Gerônimo Sobrinho informou que até o momento não recebeu nenhum tipo de notificação sobre o assunto. Thaís Andrade (União) Recebeu doação financeira de R$ 2.500 de pessoa física que consta como desempregada no site do CAGED Isso indica suspeita de ambos não tenham feito a doação e o seu nome/CPF teria sido utilizado para esconder o verdadeiro doador Despesas de R$ 9.600 com combustíveis em um posto, que forneceu combustível para diversos candidatos na cidade e movimentou grande quantia financeira na campanha eleitoral (R$ 88.200,00), porém não possui registro de número de empregados suficientes que possam realizar o serviço; segundo a ação, a pessoa jurídica (posto) só possui 1 empregado registrado. Em nota, o advogado de Thais Andrade (União), Rafael Tavares da Silva, informou: "A vereadora Thais foi diplomada no dia 17 de dezembro e está tranquila. A campanha da vereadora observou estritamente as normas eleitorais, sendo que a sua prestação de contas já foi devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral, inclusive, com parecer favorável do Ministério Público, atestando a ausência de qualquer irregularidade. Por fim, cumpre informar que a vereadora não foi notificada de qualquer ação da justiça eleitoral, e estará sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos". Stefane Laira (PL) Omitiu despesas na prestação de contas, constatada por meio do confronto com notas fiscais eletrônicas de gastos eleitorais, encaminhadas à Justiça Eleitoral no valor de R$ 8.500; Não comprovou a execução e as entrega dos seguintes materiais e serviços que totalizam R$ 249.521,00; Desse montante, R$ 117.500,00 foram pagos a uma empresa para impressão de matérias de publicidade, que é apontada como suspeitas de estabelecimento fictício, “fantasma”. A defesa de Stefane Laira, a advogada Juliana Gallindo informou: "Houve um erro na equipe técnica que realizou inicialmente a prestação de contas da candidata, devido a falta de experiência nessa área extremamente singular. Todavia, nosso escritório já realizou a retificadora da mesma, e todas as notas fiscais dos serviços foram devidamente emitidas, sendo aprovada com ressalvas a sua prestação de contas pela justiça eleitoral. Já estamos providenciando a defesa e anexando todos os documentos comprobatórios acerca da suposta denúncia alegada na exordial do Ministério Público. Estamos à disposição para quaisquer demais esclarecimentos.". 📲 Siga o g1 Triângulo no Instagram, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/eleicoes/2024/noticia/2024/12/20/mpe-pede-que-justica-apure-possiveis-irregularidades-na-prestacao-de-contas-de-cinco-candidatos-a-vereador-em-uberlandia.ghtml


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